Manual Sobre Vivência

Caro leitor: quando nasceu, foi-lhe entregue o respectivo manual sobre como sobreviver neste mundo? Não? Temo dizer que foi enganado e sugiro que siga este blogue atentamente, se possível, algumas vezes por dia!

terça-feira, outubro 31, 2006

SOBREVIVENTE DO MÊS - OUTUBRO

E o prémio vai para:

GEORGUI PARVANOV

Se eu fosse búlgaro, tinha um Presidente da República chamado Parvanov. Apesar do apelido sugestivo, o político lá ganhou as recentes eleições presidenciais com 64% dos votos e acreditamos que nenhum adversário fez trocadilhos parvos com o último nome do candidato! É um resistente... apesar de cartazes de mau gosto como: "NÃO SEJAS TOTOV, VOTA PARVANOV".

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quinta-feira, outubro 26, 2006

Só um favorzinho: CALEM-SE!

Aconteceu antes de um Porto - Benfica mas podia ter sido antes de outro derby qualquer, por cá! Dou por mim a pensar se foi para isto que a imprensa desportiva passou a diária! Do pouco que me lembro das edições de A Bola que saíam à segunda, quarta e sexta (corrijam-me se estiver errado), eram os artistas da bola quem faziam as manchetes pelas exibições que protagonizavam, pelos golaços que marcavam. E os adeptos de futebol eram felizes assim, no tempo em que era impensável que a palavra "Pinóquio" fosse manchete num qualquer jornal!
Questiono-me porque é que não vejo jogadores como Quaresma, Simão ou Liédson em programas desportivos! Porque é que as televisões não dão voz aos craques e em vez disso, convidam os papagaios usualmente chamados de dirigentes desportivos? Sinceramente, não sei como é que os portugueses continuam a gostar de bola! É um milagre que continuemos a vibrar com um jogo em que já se provou que a bola não é redonda e que o facto de haver onze para cada lado, não quer dizer absolutamente nada!

PS: já agora: aquilo no Sábado à noite pode dar um empatezinho?

quinta-feira, outubro 12, 2006

O Evento do Ano (na perspectiva de um diabético)

Portugal é perito em receber grandes acontecimentos e 2006 não foi excepção. Todos elogiaram a forma como organizámos a Expo 98, a eficiência com que conseguimos receber o melhor Campeonato da Europa de sempre mas houve um acontecimento muito mais importante e que tem sido injustamente esquecido. Apesar de vetado à clandestenidade, o evento junta todos os anos um grupo de duzentas pessoas radiantes que cumprimentam-se efusivamente quando se encontram. É vê-los em animados círculos, conversando e rindo de forma contagiante. O motivo não é para menos: há gente que faz dois mil quilómetros para estar em Portugal nesta altura do ano porque faz questão de não perder o mais importante acontecimento que se realiza em solo português. E no entanto, ninguém fala dele! Não há directos, não há programas de televisão especiais sobre isto! Caramba! Não há ninguém que se interesse... pelo Encontro Anual de Coleccionadores de Pacotinhos de Açúcar?

No entanto, questiono-me... o que é que leva a alguém a decidir que quer ser coleccionador de pacotinhos de açúcar? Que tipo de sensualidade pode alguém transmitir quando comunica, extasiante: "Sou coleccionador de pacotinhos de açúcar!"? Qual é o comentário possível quando alguém nos revela isto com este entusiasmo? Sugestão: quando alguém lhe revelar algo semelhante, sorria, olhe para o relógio, mostre que se esqueceu de uma reunião importante e fuja de forma convincente.

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É difícil de acreditar mas este Encontro existe mesmo, reuniu 200 pessoas da última vez e houve alguém que fez dois mil quilómetros para não perder isto!!!

quarta-feira, outubro 04, 2006

Coisa mai linda: põe-te a jeito para te dar um tiro!

Não há outra forma de dizer isto: os caçadores estão preocupados com a doença do coelho bravo! Esta notícia que li algures deita por terra a imagem rude que os caçadores querem passar. É verdade que eles vestem-se com as fardas que trouxeram do Ultramar, têm todos a barba por fazer ou cerrada na melhor das hipóteses, exibem umas patilhas vistosas que quase podem ser confundidas com suiças. As conversas sobre caça são violentas, carregam os animais mortos com uma enorme indiferença e não ficam atrás de qualquer homem de Neandertal quando se juntam para comer a caçada do dia... no entanto, estão preocupadinhos com a doença do coelho bravo!
Isto leva-me a pensar se a caça não é um grande embuste, como aqueles filmes em que duas personagens odeiam-se de tal forma, que julgamos não existir forma daqueles dois terem uma boa relação na chamada "vida real". Quando chega a época de caça, as matas portuguesas assemelham-se ao desembarque da Normandia; fora de época, é vê-los a confraternizar alegremente: raposas, coelhos, aves e os seus respectivos caçadores numa animada e inesperada cavaqueira.

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"Quem é o coelhinho mais fofinho do seu Quim Zé? Quem é o mais lindo? Quem é o coelhinho mais bravo deste mundo, quem é? Quem é a minha coisa mais peludinha? De quem são estas orelhinhas mais felpudas, hã? Ai que focinho mais lindo sempre a mexer-se! Quem é a coisa mais linda que anda aos saltinhos nos prados mais verdejantes? Vá... põe-te bonzinho num instante para ver se te aplico uma chumbada nesses cornos!"