Co-produções ou a melhor forma de provar carne à portuguesa

Co-produções! Ora aí está um conceito que parece engraçado à partida mas que na prática, só tem um desfecho: as actrizes portuguesas são literalmente "comidas" por actores estrangeiros. É o único objectivo que serve uma co-produção em que Portugal esteja envolvido. Isto parece um pouco redutor mas a verdade é que quando brasileiros e franceses se lembram de sondar os últimos talentos da televisão portuguesa, lembram-se das co-produções. E pronto: lá vai a nossa São José Correia a caminho do Brasil e os tipos da Bandeirantes demoram apenas sete episódios, até que a nossa actriz seja devorada por um tal de Felipe Camargo, logo ali em cima de uma mesa. E em troca? Há algum galã português que possa fazer o mesmo a uma beldade brasileira? Sim, até há! Os tugas confiantes sugeriram o nome de Virgílio Castelo e os guionistas da Bandeirantes exclamam: "Legaú! Esse cara podje fazer de padre! Tem uma vaga, né?".
Caramba, não é justo! Isto das co-produções é uma batalha desigual em que as portuguesas acabam sempre debaixo dos actores estrangeiros (veja-se a Maria de Medeiros que foi "comida" por um Salgueiro Maia protagonizado por um actor... italiano num filme - pasme-se! - sobre o 25 de Abril de 1974) e os portugueses acabam por fazer, literalmente, papel de parvos!